No início de 2024, decidi me desafiar a compreender melhor o universo da inteligência artificial, impulsionado pela evolução que temos testemunhado nos últimos anos. Admito que não fui um Early Adopter nesse universo, mas minha jornada de estudos teve início quando o ChatGPT surgiu, causando inquietude em mentes curiosas como a minha.
Esse boom foi intensificado durante o treinamento proporcionado pela StartSe, com tutoria do experiente Cristiano Kruel. Kruel enfatiza a existência de um gap inovador entre visionários e pragmáticos em cada ciclo de crescimento, destacando ferramentas que atuam como pontes, acelerando esse processo. O ChatGPT, sem dúvida, cumpriu esse papel, impactando positivamente não apenas a mim, mas a muitos outros.
O diferencial do treinamento com Kruel reside na sua habilidade de simplificar conceitos complexos para leigos. Ele inicia abordando a Literacia Humana, fornecendo alicerces para compreender IA Preditiva e Generativa. Conceitos como ELI5, TL;DR e alucinação de IA são elucidados, formando uma base valiosa que nos ajudam a entender um pouco melhor essa avalanche que está chegando.
Ao final do treinamento, exploramos ferramentas que, para os curiosos no assunto, podem parecer muito básicas, e até monótonas inicialmente. No entanto, para quem acredita na necessidade constante de aprimoramento e que nunca estamos 100% prontos, assim como eu, foi uma experiência válida. Embora o treinamento fosse voltado para negócios (não técnico), a experimentação proporcionou um nivelamento essencial para todos os participantes.
No dia seguinte, a apresentação do Gustavo Bodra, responsável pelas lives semanais da StartSe, surpreendeu com um Canva desenvolvido por eles. O recurso auxilia na criação de modelos de negócio, permitindo que a IA contribua em processos diários e na geração de novas soluções. Inspirado, comecei a vislumbrar possibilidades para aplicar essas ideias tanto em soluções ofertadas quanto na otimização do trabalho do time AMT.
O curso culminou com a habilidade de criar “oráculos” usando nossa própria inteligência artificial, transformando dados simples, como uma planilha de Excel ou um PDF, em insights valiosos.
Deixo o treinamento com a certeza de que a IA não é apenas um hype passageiro, como Metaverso, mas sim uma realidade em seu 4º ou 5º ciclo de maturidade. Geralmente, as inovações precisam desses ciclos e do fator timing, chegando ao momento em que tudo colabora para que ela possa ser de vez desenvolvida e incrementada. Após o ChatGPT, a IA deixou de ser uma ferramenta utilizada apenas por pessoas do setor tech, passando a estar nas mãos da grande massa, evidenciando o nível de maturidade que alcançamos.
“A máxima de que não perderemos empregos para a IA, mas sim para quem a utiliza, tornou-se clara. O alcance da IA vai além de setores menos favorecidos, atingindo cargos de gestão e direção. É imperativo que todos encaremos essa evolução com atenção e abertura, superando resistências e preconceitos”
Não compartilho dos receios extremos de um domínio da máquina, como muitas vezes vemos em Hollywood. Concordo com Murilo Gun, comediante e professor de criatividade, quando destaca o papel crucial do ser humano, seu repertório denso de experiências, sua capacidade de sonhar e a curadoria final. A IA pode ser criativa e adaptável, principalmente quando falamos em Agentes de IA que podem executar tarefas entre si, mas a capacidade de sonhar e tomar decisões finais permanece em nossas mãos.
Hoje, podemos ter a melhor tecnologia, capaz de nos levar ao espaço com um custo infinitamente menor, com um tempo menor e com um risco menor em comparação a quando o homem foi à lua, mas a capacidade de sonhar, de querer ir à Lua e, depois, de dizer se deu certo, ainda é nossa. Creio que essa será a diferença, nos levando a conviver em um mundo com inúmeras novas possibilidades além de tarefas repetitivas, como dirigir e conferir compras em um caixa, revertendo nossa massa cinzenta para contribuir com a evolução humana, onde a IA é o Co-Piloto.
A evolução da tecnologia, especialmente na área de IA, supera a Lei de Moore, que dizia que em 18 meses dobramos a capacidade da tecnologia. Hoje, essa capacidade é dobrada a cada 3 meses. Acompanhar esse ritmo diariamente é humanamente impossível, restando-nos a escolha de mergulhar nessa onda de inovação, aproveitando ao máximo as oportunidades em vez de resistir passivamente. Estamos diante de uma revolução, e a chave está em abraçá-la.
Por Dalmo Marcolino, Head de Vendas e Marketing da AMT Cloud e VP de Articulação Institucional da Assespro-RJ
Via: AMT Cloud