Não há dúvida que as startups são um terreno fértil para inovação e devem ser apoiadas. Mas empresas que já passaram do seu estágio inicial, que pelo marco legal das startups são empresas que possuem até 10 anos de vida, também precisam de reinventar para se manter competitivas e por isso, inovar.

Como bem disse Saras Sarasvathy, em evento recente no Rio de Janeiro sobre Effectuation (um novo princípio de empreendedorismo), há um foco grande em startups e unicórnios, mas pouca atenção se dá as empresas que estão no meio do caminho e são a maioria.

Empresas com mais de dez anos de vida, tem a resiliência provada pelo tempo, com consequente boa capacidade de gestão e são forte geradoras de empregos para a sociedade, pela sua quantidade (arrisco dizer que na Assespro-Rj, elas também são a maioria). Ainda mais no nosso setor, de tecnologia, que os empregos são de alta qualificação.

Por isso, creio que a Assespro, como entidade representativa do nosso setor, deve auxiliar o governo, agências de fomento e sociedade em geral a calibrar esta visão e focar na inovação, seja ela onde for. Isso pode evitar que empresas com mais maturidade sejam obrigadas a abrir novas empresas para se enquadrar em benefícios exclusivos a startups. Isso sendo uma escolha do empresário, não há qualquer problema, mas não deve ser uma obrigação, pois geram custos adicionais de diversos tipos, que poderiam ser economizados.

Assim como é saudável dentro de uma empresa ter pessoas com mais experiência e pessoas com energia e cultura juvenil, o mesmo se dá no ecossistema empresarial. Essa união de competências é que traz um equilíbrio para as empresas, assim como para o mercado.

Precisamos participar mais de comissões, debates públicos, publicar artigos e ações correlatas, para ajudar a disseminar esta visão e colaborar para a melhoria do nosso ambiente de negócios