A estratégia brasileira de Inteligência Artificial precisa ter posicionamento global!


Robert Janssen
Presidente da Assespro-RJ
01 de Agosto 14:40
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A recém-anunciada estratégia de IA do Brasil é um movimento vital para que o país possa estar competitivo nessa nova “corrida do ouro”. Na última corrida dessa natureza ainda estávamos sob o comando extrativista, e grande parte da riqueza encontrada foi exportada. Desta feita, temos outro contexto e uma excelente oportunidade para sermos protagonistas e não passageiros.

Isto porque o “ouro” a ser garimpado, lapidado e destacado desta vez está presente em cada um dos nossos cidadãos, que se forem dados a oportunidade, farão com que esse ouro tenha brilho e grau de qualidade global. Há mais de 30 anos me dedico a “venda” institucional do Brasil no segmento de inovação tecnológica, e pude constatar o quanto que o brasileiro é tao bom no campo da tecnologia, quanto no campo do futebol. Alias, nos dias do nosso futebol de hoje, provavelmente melhor.

Portanto, nós, empresários do setor, ficamos energizados em ver o governo buscar construir esse protagonismo mundial, pois vivemos o dia a dia da importância e relevância de uma concertação nacional em torno da tecnologia, especialmente neste momento que estamos vivenciando, onde temos um “tsunami” tecnológico em termos do seu impacto na sociedade.

Entretanto se faz necessário destacar e conscientizar todos envolvidos dos desafios e esforços necessários, para que todos possam contribuir para esse objetivo mais do que estratégico para o país. O canvas do PPT é um torcedor permanente dos nossos desejos, pois aceita tudo que imaginarmos, e o desafio está em justamente sair do virtual e ir para a rua. Fazer o plano estar presente e consciente para todos, e onde todos conseguem tangibilizar a sua contribuição e comprometimento, bem como os ganhos que pode propiciar para todos.

De forma macro, o Brasil tem vários desafios para enfrentar: ainda precisamos estabelecer uma estrutura robusta para o desenvolvimento e regulamentação da IA, pois ainda temos a falta de uma legislação nacional específica que regule a IA, embora estejam em curso esforços para desenvolver tais regulamentações.

Outro desafio é a fragmentação de responsabilidades entre múltiplas instituições, o que complica o desenvolvimento coeso e a aplicação de políticas de IA. A primeira iniciativa e investimento na estratégia brasileira de IA não incluía um plano de implementação detalhado, alocações orçamentárias ou uma metodologia clara de avaliação, o que pode dificultar o progresso e a responsabilização.

Além disso, existem as necessidades de alinhamento da estratégia com os padrões internacionais e a garantia de que ela aborda questões críticas como privacidade, segurança e uso ético, quesitos básicos para poder ser considerado um protagonista global. À medida que as aplicações de IA se tornam mais complexas e difundidas, a necessidade de regulamentações setoriais específicas e a capacidade de aplicá-las vão se tornar cada vez mais urgente.

Agora, o maior desafio mesmo está na velocidade com a qual conseguiremos formar mão de obra especializada para projetos de alta complexidade. Especialmente aqueles que envolvem questões de competitividade, governabilidade e soberania. Se faz necessário que, na velocidade atual que vivemos a inovação, que se estabeleça as diversas iniciativas que vão atender ao desafio de termos diversos times de IA, nas diversas camadas, Série A, Série B, Série C e em diante.

Para isso, a Assespro Rio de Janeiro, alavancado toda a sua experiência com o seu programa de formação de mão de obra para desenvolvimento, o Assespro FORSOFT, conjugado com a nossa posição de liderança no contexto global, através da WITSA – World Innovation, Technology and Services Alliance - (wtisa.org), está trazendo para o Brasil e o Rio de Janeiro, um dos 6 centros mundiais de excelência em inteligência artificial, o WAICoE@Rio, onde a base é a formação de mão de obra em IA com foco em cidades inteligentes.

Desde já temos compreensão que não conseguiremos atingir a nossa meta, se não promovermos um esforço coletivo dos atores do setor de tecnologia que fazem parte da nossa cadeia de valor, e me refiro desde o MCTI, a FINEP, o BNDES, o Softex, até os desbravadores da linha de frente, representados pelas aceleradoras, incubadoras, que juntos com outros comprometidos, como a TI Rio, o Rio Soft, a FIRJAN, o Serratec, o Sebrae e o Senac, terão a força necessária para conseguirmos fazer o Rio de Janeiro uma estrela maior permanente na constelação mundial, quando se trata de inteligência artificial.

No geral, embora a estratégia brasileira de IA demonstra promessa e ambição, todos esses desafios destacam a necessidade de uma abordagem abrangente e bem coordenada para concretizar todo o seu potencial e salvaguardar os interesses públicos.

Simbora Brasil!
Avante Rio de Janeiro!
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