Hoje, a Assespro Rio completa 47 anos de sua fundação, e naturalmente poder comemorar esse aniversário sendo presidente dessa entidade é um orgulho e uma honra gigantesca. Mas, para além das celebrações, entendo que em datas como esta tenho uma responsabilidade adicional para com as gerações que chegam com suas ideias inovadoras e startups, de continuar mantendo acesa a chama do associativismo e mostrar o quanto podemos ser importantes para eles.
Você, que já está me conhecendo um pouco melhor, sabe que tenho o hábito de reconhecer e entender como foi o passado para que eu possa encontrar mais inspiração para compreender o momento atual e passar minhas mensagens. Então, vamos do início.
A Assespro nasceu de um processo de defesa do interesse das pequenas e médias empresas de tecnologia do Brasil em 1976. Em meio a um regime militar e uma concorrência enorme com o governo que, àquela altura, buscava a promoção do desenvolvimento tecnológico e industrial do país – competição quase que perdida pelas empresas menores, é verdade –, nos anos 70 começava-se a instalação de empresas multinacionais e a crescente demanda por serviços de informática. Nesse sentido, a tecnologia da informação desempenhava um papel estratégico, sendo considerada uma área de grande potencial para impulsionar o desenvolvimento do nosso país.
Portanto, assim nasce a Assespro, com o objetivo de promover o desenvolvimento do setor, estimular a cooperação entre as pequenas e médias empresas, estabelecer parcerias com instituições de ensino e pesquisa, e articular com o governo ações favoráveis ao segmento.
Fazendo um paralelo com a estratégia da baleia, que já mencionei aqui anteriormente, a baleia era o governo, que, diante de seu tamanho, poderia engolir o cardume formado por uma série de empresas menores, que para se defenderem entenderam que poderiam se unir e assim competir de forma leal e conjunta à baleia.
Essa noção de união e ações coordenadas são fundamentais para a prosperidade de qualquer segmento. De lá para cá, a Assespro deu voz, conhecimento e estrutura para que empresas que estivessem começando pudessem agregar ao nosso setor e não simplesmente implodir na busca por uma fatia de mercado. Por isso, hoje gostaria de falar também com os mais jovens empreendedores e mostrá-los que muitas grandes empresas de tecnologia e inovação só puderam prosperar porque encontraram apoio nas demais organizações que também estavam buscando um espaço no mercado.
Estar aliado a uma entidade de vanguarda permanente significa encontrar atalhos com empreendedores que já percorreram um caminho e que podem facilitar sua jornada. De forma prática, sua startup consegue com mais facilidade acessar o mercado, ganhar credibilidade no setor, acessar programas de aceleração, encontrar investidores e acessar recursos e serviços que sozinhas no meio da selva dificilmente conseguiriam. Nosso papel é fazer com que uma empresa pequena e média possa vencer e competir com outras empresas grandes – lembra da baleia?
Dito isso, finalizo este editorial, mais uma vez enaltecendo nossa entidade e todos os protagonistas empreendedores que já se sentaram nesta cadeira, e agradecendo a confiança que me foi concedida para guiar a Assespro nesse biênio. Nossa busca será sempre por continuar honrando o trabalho já realizado e somando ainda mais conhecimento, suporte e representatividade para as empresas de tecnologia e inovação brasileiras e fluminenses.