Empreendedorismo, a mola mestra do desenvolvimento econômico e uma breve história


Robert Janssen
Presidente da Assespro-RJ
09 de Outubro 08:56
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Semana passada celebramos o dia desse herói anônimo representado por milhões de empreendedores, que diariamente enfrentam desafios de relevância e competitividade para se manterem vivos e atuantes nas suas jornadas, e assim contribuírem para um futuro melhor. Mas o empreendedorismo não é algo recente.



A história oficial do empreendedorismo é ampla e certamente não começou ontem, na realidade ela abrange séculos, envolvendo a evolução das práticas empresariais, dos sistemas econômicos e da inovação. Sendo que existem marcos e períodos importantes que são amplamente reconhecidos como vitais na formação do empreendedorismo moderno.





500 a 0 A.C.

Podemos traçar as origens do empreendedorismo as civilizações antigas como a Mesopotâmia, o Egito e a Grécia, onde comerciantes e comerciantes operavam nas primeiras economias de mercado. Estes primeiros empreendedores facilitaram o comércio através de longas distâncias, muitas vezes com grande risco, e desempenharam papéis fundamentais no crescimento de cidades e impérios.


A Idade Média e o Mercantilismo (500-1700)

Durante o período medieval, os pequenos artesãos e comerciantes lançaram as bases para o que se tornariam empresas capitalistas e na Renascença, as rotas comerciais expandiram-se e a classe mercantil ganhou importância. O mercantilismo, que enfatizou a acumulação de riqueza nacional através do comércio e da expansão colonial, viu governos e empresários privados trabalharem em conjunto para expandir os mercados e a riqueza. A época dos grandes poderios navais.


A Revolução Industrial (1800 a 1900)

A ascensão da indústria mecanizada e da produção em massa durante a Revolução Industrial marcou um importante ponto de virada para o empreendedorismo. Visionários como James Watt (máquina a vapor) e Eli Whitney (descaroçador de algodão) contribuíram com invenções que permitiram aos empreendedores escalar a produção e a distribuição. A ascensão do capitalismo durante esta era mudou as economias de base agrária para economias de base industrial, permitindo que empresários como Andrew Carnegie e John D. Rockefeller acumulassem vastas fortunas e fossem pioneiros em práticas empresariais modernas.


O Empresário do Imperio (1820 a 1880)

Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá é o principal representante dos primórdios do capitalismo e empreendedorismo na América do Sul, ao incorporar e adotar, no Brasil, ainda no período do Império brasileiro. Ele foi um ferrenho defensor do trabalho assalariado e colocou em prática um sistema de participação nos lucros para os funcionários em plena sociedade escravista do século 19.


Início do século 20

A ascensão da produção em massa, exemplificada por Henry Ford e os seus métodos de linha de montagem, transformou as indústrias. O empreendedorismo tornou-se associado à produção em larga escala e a melhorias de eficiência. Surge o capital de risco como modelo de financiamento e que permite às startups inovadoras conquistar os recursos que necessitavam para crescer, especialmente nos setores tecnológicos. Isso abriu caminho para o rápido crescimento de indústrias como eletrônica e computação, com grande concentração no Vale do Silício, onde surgiu e foi criada a cadeira de eletrônica a partir da invenção do Lee De Forest.


Décadas de 1950 a 2000

Esse período ocorreu a ascensão do Vale do Silício onde se assistiu uma explosão na inovação tecnológica, especialmente em computação, telecomunicações e biotecnologia. Empreendedores como Bill Gates e Steve Jobs, para somente mencionar alguns dessa época, desempenharam papéis fundamentais na criação de novas indústrias em torno da computação pessoal. E no final do século XX, a globalização e a Internet revolucionaram a forma como as empresas operavam, levando ao surgimento de empreendedores digitais. O comércio eletrônico, o desenvolvimento de software e as plataformas online (como, Amazon, Google e Facebook) tornaram-se os modelos de negócios dominantes.


2000 em diante

Estamos vivendo uma grande aceleração da inovação tecnológica com o amadurecimento da inteligência artificial e computação quântica. Somos testemunhas oculares da quebra da Lei de Moore enquanto realizamos que a velocidade da mudança e avanços tecnológicos agora são mensurados em dias. Muito em breve estaremos parecidos com a Formula 1, que mede tudo em milissegundos.


O fato é que somos parte de um momento na história muito especial, onde o empreendedorismo nunca teve tanta abundância de recursos de toda natureza, incluindo financeiros, para continuar nas jornadas de busca de melhorias nas diversas dimensões da vida cotidiana, e desta forma, contribuindo para a evolução da humanidade, buscando construir uma sociedade cada vez mais justa e equânime, onde todos tem oportunidades de empreender e prosperar.


São muitos exemplos de ícones do empreendedorismo ao longo da história, levaria bastante tempo de teclado para enumerar todos, mas cito alguns, que na minha opinião, foram figuras de grande propósito e conquistas, e que foram impactantes para todos os demais.


Começo com o Adam Smith, que em 1776 escreveu o célebre livro "A Riqueza das Nações”, e embora não seja diretamente sobre empreendedorismo, as ideias de Smith sobre mercados livres e concorrência forneceram uma base filosófica para o papel dos empreendedores no desenvolvimento e crescimento econômico dos países.

No Brasil no seculo seguinte, fomos agraciados com o Empresário do Império, Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, que durante a sua trajetória, foi obrigado a conjugar o verbo empreender diversas vezes, e hoje ele representa um dos maiores legados de determinação empresarial para o Brasil e os brasileiros.


Já no século XX, outra figura iminente e que teve grande impacto na visão sobre inovação foi o Joseph Schumpeter, economista austríaco que desenvolveu a teoria da "destruição criativa", destacando o papel dos empreendedores na promoção da inovação e do crescimento econômico.


E já na nossa era mais recente, e que foi considerado o pai da gestão moderna, Peter Drucker foi quem desvendou a importância da inovação e do espírito empreendedor nos negócios.


Portanto, o espírito do empreendedorismo vem das épocas distantes A.C. e evoluiu dos antigos sistemas de comércio e troca para os atuais centros de inovação digitais, globais e apoiados por capital de risco. O empreendedorismo moderno continua a se adaptar com a ascensão da tecnologia, da globalização e da responsabilidade social. Compreender a história oficial envolve reconhecer os principais marcos, indivíduos e teorias econômicas que moldaram o cenário empreendedor ao longo dos séculos, e nos ajuda estarmos mais bem preparados para os tempos que ainda não vivemos e do qual nada ainda sabemos.


Viva o empreendedorismo, a força motriz das sociedades! Viva o empreendedor que tem a coragem para fazer parte dessa força! Juntos Somos Mais!






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