Na semana passada um dos destaques no contexto político, foi o sancionamento da Lei 14.533, de 2023, que cria a Política Nacional de Educação Digital (PNED). A surpresa foi o veto do Presidente sobre a obrigatoriedade da educação digital, uma vez que é notório saber a importância da mesma para que tenhamos uma mão de obra qualificada preparada para o futuro e um país competitivo no cenário mundial.
Mais surpreendente foi a justificativa balizada em uma lei de 1996, quando a internet ainda engatinhava, ou seja, vivíamos um horizonte bem diferente, e onde a tecnologia ainda não tinha a mesma penetração na sociedade.
Estamos vivendo um apagão de mão de obra qualificada nessa era da transformação digital, e qualquer país que deseja ser um protagonista no futuro, não pode prescindir de uma política que instrumente a capacidade de produção de valor da sua população no contexto digital.
Mas qual a melhor política publica para promover a educação digital? E quais são as melhores referências de melhores políticas públicas para a educação digital?
Uma política pública bem-sucedida para promover a educação digital do ensino precisa abordar três áreas principais: infraestrutura, capacitação de professores e desenvolvimento de conteúdos.
- Infraestrutura: o governo deve assegurar que todas as escolas do ensino fundamental e médio tenham acesso à internet de alta velocidade e às tecnologias adequadas para a realização das aulas digitais.
- Capacitação dos professores: é importante que os professores recebam treinamentos adequados para utilizar as tecnologias e ferramentas necessárias para ministrar aulas digitais.
- Desenvolvimento de conteúdos: os professores e educadores precisam ser apoiados na criação de conteúdos didáticos digitais inovadores, que incentivem os alunos a se envolver nas atividades escolares, além de oferecer recursos educacionais online, como tutoriais, jogos educacionais e simuladores.
A Finlândia é considerada o melhor exemplo de um sistema educacional onde foi dado prioridade à educação digital, onde se reconhece que o ensino da tecnologia deve ser integrado em todas as áreas do currículo.
Outro exemplo é a Coreia do Sul, que criou um programa chamado Smart Education para promover a educação digital, e foi criado para incentivar a adoção de tecnologias digitais nas escolas.
Todos os países, independente de tipo de regime de governo, estão sendo desafiados para prover uma educação para sua população que as habilite como produtores de valor e riqueza, e isto, certamente passa pela educação digital, pois todos no futuro necessitarão ter destreza digital para serem relevantes.
A Assespro-RJ vem fazendo o seu papel e promove um programa de capacitação em tecnologia de adolescentes de comunidades carentes, o FORSOFT, desde 2010, onde já formou mais de 800 adolescentes. O programa atualmente realizado em parceria com o SENAC, tem um componente inédito de empresas madrinhas, e que além de co-patrocinarem garantem o emprego dos formandos. E em 2023 ampliaremos o programa para outras trilhas de capacitação e exportando para outras fronteiras.