Onde a tecnologia e a inovação podem contribuir com a revitalização do Centro Histórico do Rio de Janeiro?


Robert Janssen
Presidente da Assespro-RJ
15 de Fevereiro de 2023 10:30
  • Enviar por e-mail
    Enviar por e-mail
    Para múltiplos destinatários separe os e-mails por vírgula.
  • Salvar em PDF

Semana passada, foi iniciado o processo intelectual de escutas e debates do projeto de revitalização do Centro Histórico do Rio de Janeiro, promovido pela atual gestão municipal da cidade, e liderado pela consultoria de Cláudio Marinho, vencedor do edital “Master Plan Centro Rio de Janeiro”, coordenado pelo BNDES. Tive a honra de dividir um pouco da minha visão de futuro para esse projeto pela ótica de tecnologia e inovação, representando a nossa entidade, a Assespro Rio de Janeiro, e junto a outros enormes símbolos do mercado de tecnologia, economia, entretenimento, imobiliário e social, que também fizeram parte desse evento.


Para quem não sabe, Claudio foi um dos idealizadores do maior Parque Tecnológico Urbano e aberto do Brasil, Porto Digital, em Recife-PE e anteriormente, também participou da secretaria de Tecnologia, Ciência e Meio Ambiente em Pernambuco. Agora, carrega a responsabilidade de elevar a região central do Rio de Janeiro à parâmetros internacionais e a altura da vocação e potencial de protagonismo que essa cidade carrega consigo.


Pela nossa experiência em outras praças pelo mundo a fora, juntamente com a criação do OBCI (Observatório Brasileiro de Cidades Inteligentes no Vale do Silício), aprendemos que, primeiramente, deve-se entender esse processo de revitalização como algo contínuo e orgânico, que nunca terá um fim, diferentemente de uma obra pública qualquer. Portanto precisa estar acima de temperos político-partidários. O segundo aspecto, também muito importante, é elaborar critérios de sucesso tanto qualitativos e quantitativos de avaliação de resultados.


Na visão quantitativa, entendo que deva ser uma construção de usos diversos, que envolva educação, residência, comércio, cultura e espaços abertos e acessíveis. No olhar qualitativo, é preciso tornar esse centro um destino atraente e desejável, composto por diversos elementos que contribuam para o encapsulamento de uma proposta de valor, semelhante com o que vemos no Vale do Silício, por exemplo.


Não estou falando da semelhança no “produto final”, mas sim da força de marca por trás que faz com que esse local seja tão conhecido quanto a cidade que o abriga. Fora todo enxoval técnico e palpável que o Vale traz para o setor de inovação e tecnologia, essa marca é conhecida mesmo para quem não é do setor, fruto de uma construção em torno das características que enxergamos em matérias, reportagens ou experiências, mas principalmente, daquelas que não vemos, mas imaginamos.


E é aqui, como um dos principais protagonistas do ecossistema de inovação carioca, que entendemos que podemos dar a nossa maior contribuição. Como representante da nossa associação, recomendei que o “Master Plan do Centro do Rio de Janeiro” torne a cidade um laboratório vivo de inovação a céu aberto, conferindo aos diversos equipamentos históricos uma destinação especifica voltada para a promoção da inovação. Um exemplo dado, foi a transformação desses equipamentos de centros de excelência na formação para games, esportes e turismo-histórico, setores com grande potencial e atratividade internacional.


Faço aqui um destaque para o turismo histórico, e em especial, para o Barão de Mauá, nosso primeiro patriarca do empreendedorismo nacional. Certamente, conhecer os caminhos percorridos por Irineu Evangelista de Souza, pela rua da Direita, Beco do Bombeiros e Arco do Teles - e como que ele sedimentou o espírito empreendedor no DNA cultural brasileiro - seria inspirador.


Somado a isso, se faz necessário a evangelização do carioca sobre a importância que tem a valorização do nosso acervo histórico, juntamente com investimentos em marketing e branding na construção dessa marca, a qual pode conferir ao Centro Histórico do Rio de Janeiro a mesma reputação que as suas belezas naturais reconhecidas no mundo inteiro possuem, com as praias e montanhas que já compõe cartões postais atuais.

Por esse canal, deixarei todos atualizados do andamento desse processo.

Comentários
Carregando...