O Mundo precisa aceitar a responsabilidade por uma maior diversidade nas “Salas de Situação”
“Diversidade é convidar para o baile, inclusão é tirar para dançar e pertencimento é quando podemos dançar como se ninguém estivesse olhando”. Lisiane Lemos.
8 de março, Dia Internacional da Mulher.
Sei da enorme responsabilidade de escrever sobre esse dia sendo homem. Por isso, escolhi me apoiar em algumas referências e pesquisas que pudessem me oferecer insights para homenagear todas as mulheres – e encontrei na história da Lisiane uma inspiração.
Lisiane é uma mulher negra, apaixonada por tecnologia e recém intitulada “Secretária de Inclusão Digital e Apoio a Política de Equidade”, no Rio Grande do Sul. Deixo o link do seu site: https://lisianelemos.com/
Dito isso, o objetivo aqui não é dizer o quanto essa data é importante e o quanto devemos ser parceiros na luta diária que elas enfrentam, até porque, existem outras “Lisianes” mais qualificadas que eu nesse tema para falar sobre isso, no entanto, com algumas décadas dentro do mundo dos negócios e principalmente no empreendedorismo, sinto que tenho a responsabilidade em trazer perspectivas e testemunhos a respeito de como o mundo precisa de uma maior presença e participação feminina nas esferas estratégicas de tomada de decisão.
Quando a ocupação de mulheres em cargos de liderança ainda era uma pontualidade, apesar da enorme opressão, já era fácil de identificar algumas competências vitais e comuns a elas, e atualmente imperativas para a nossa sociedade. Cito como alguns exemplos: maior Inteligência emocional; maior facilidade em intuir valores coletivos; maior capacidade de resiliência; e sensibilidade social, aspectos primordiais para uma liderança humanizada, cada vez mais demandada no mercado.
Na linha do pensamento inicial, fica claro que por mais que tenhamos avançado no quesito “diversidade”, ainda precisamos caminhar muito para tornar o mercado inclusivo, especialmente no encaminhamento das diretrizes que norteiam as decisões que influenciam os diversos ecossistemas e a sociedade como um todo. Isso fica evidenciado pela pesquisa realizada pela Great Place to Work, que mostra que 37% dos cargos de liderança já são ocupados pelas mulheres, e quando se verifica apenas as “melhores empresas para se trabalhar “, indicadas pela própria GPTW, os números ainda não traduzem na maior equanimidade que precisamos ter, pois apenas 26% ocupam cargos de liderança.
Nessa minha jornada de pesquisa, encontrei um artigo muito interessante da Renata Camargo, Jornalista e com 25 anos de experiência em comunicação corporativa, além de consultora em comunicação inclusiva, que entende que o grande erro das organizações é fazer com que as pessoas se encaixem ou caibam em “caixinhas”, quando na verdade, as diretrizes deveriam privilegiar o contrário, o de pluralidade e de pertencimento. Renata indica em seu artigo o especial “Brené Brown: The Call to Courage”, conteúdo que aborda esse conceito de pertencimento e principalmente as deturpações que encontramos nas tentativas de implementar algo que não é “implementável” e sim, espontâneo.
Outro aprendizado que tive com Lisiane, foi sobre “as 6 estratégias para melhorar diversidade na sua organização”, um insight que ela trouxe do curso na Kellogg Scholl of Management, realizado em Chicago, e respaldado por 2 pesquisadoras também fantásticas, Vuoma Ngozi Onyeador e As-kiera T.j.Hudson). Destaco 3, dessas 6 estratégias que são determinantes para que se obtenha sucesso na busca da promoção de maior diversidade: entender que mensagens importam, mas são as ações que provocam transformação; tratar diversidade como qualquer outro objetivo organizacional; e não se pode melhorar aquilo que não medimos.
Certamente, existem diversos outros aspectos que mostram que promover a diversidade é estratégico para as organizações, mas acredito que dentro desse contexto, se torna obrigatório para a nossa sociedade buscar maior equilíbrio e participação estratégica feminina. Não tenho dúvidas que, com essa melhor harmonia, conseguiremos construir um futuro melhor para todos.
Retornando a experiencia da Lisiane, ela defende algo simples e lógico: “A Luta pela Diversidade começa quando você entende como que você faz parte dela”. Portanto essa luta é responsabilidade de todos!
Deveríamos refletir sobre a valorização das mulheres todos os dias e não apenas no 8 de março.